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Fundição Mota de Quadros (1872/1977): Fábrica foi uma das maiores da Figueira da Foz


1) Casino; 2) Parque Cine; 3) Centro de Diversões; 4) Fundição Mota de Quadros.
A Fábrica de Fundição Mota de Quadros foi fundada em 20 de março de 1872 por Francisco Cardoso Mota de Quadros e começou numa pequena oficina localizada na rua do Paço com poucos operários. No início do século passado mudou-se definitivamente para o local onde teve mais labor e expansão, na esquina situada entre a rua dr. Francisco António Diniz e a rua Acácio Antunes. 
Com cerca de 3.600 metros quadrados, laborou em pleno até junho de 1977, altura em que faliu, isto após uns tempos antes os operários terem ‘tomado posse’ da empresa na voragem do PREC (Processo Revolucionário em Curso) inerente ao 25 de Abril. 
Foi mais de um século, mais propriamente 105 anos, a contribuir para o progresso da cidade.
 Neste período foi sempre remodelando e alargando os seus serviços e apetrechamento, alargando a sua esfera de ação, habilitando pessoal e acompanhando as evoluções das novas técnicas que, década após década, iam surgindo. Ia assim mantendo uma posição definida, próspera e de sucesso. 
Germano Alves
Mas não foi só pelo seu constante acompanhamento tecnológico que esta fábrica ganhou grande incremento, se desenvolveu e conquistou posição dominante. Foi também pela inteligência e orientação que os seus dirigentes foram imprimindo à organização, procurando estar sempre um passo è frente dos seus concorrentes. 
Os seus trabalhos industriais tiveram sempre grande aceitação, não só por Portugal Continental mas também pelos então territórios do Ultramar. Podem citar-se os apetrechos para a lavoura, fábricas de lanifícios, de vidro, de moagem, descasque de arroz, construções navais de toda a espécie e, ainda, todos os trabalhos de fundição e serralharia mecânica e civil e de cerâmica. 
Urbano Alves
Foram criadas prensas para vinho e fazer telha, máquinas para tijolo e manilhas, tambores de gornes para cabos e correias, rodas hidráulicas e dentadas de vários tamanhos, fogões para lenha e coque, reparação em máquinas a vapor e motores a gaz, soldaduras a autogénio e eletrogénio, fundições de ferro e conquilhe, fundição de latão e alumínio, e tudo o mais que uma empresa desta categoria podia, na altura, inovar e executar. 
Na Fábrica de Fundição e Serralharia Mota de Quadros trabalhou um grande número de operários. A qual, em meados do século passado, foi considerada “a escol do operariado português”. 
A obra de sucesso neste largo período foi devida a José Augusto Germano Alves e a seu filho Urbano Alves que, pelas suas capacidades de trabalho, dedicação, sacrifício e inteligência, sempre se conseguiram impor, nunca se poupando a esforços para bem servir, acompanhados por competentes funcionários fabris e de escritório. 
(Fontes: Testemunhos pessoais e publicações consultadas na Sala Figueirense da Biblioteca Municipal)

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