24.9.16

Centro de Diversões da Figueira da Foz – A História

O Centro de Diversões terá começado a ser pensado no início da década de 40 do século passado, tendo-se avançado para a sua construção em setembro de 1943 num terreno ao lado do Parque Cine (inaugurado em 1925) na Rua Cândido dos Reis. 
A Sociedade de Divertimentos e Propaganda da Figueira da Foz foi a mentora da ideia e da edificação, à frente da qual se encontrava o figueirense adoptivo Arnaldo Sobral (natural de S. Tomé) que, com o seu bairrismo, empenho e dedicação foi ultrapassando todas as dificuldades e entusiasmando toda a cidade à volta do projeto. 
A inauguração do Centro de Diversões da Figueira da Foz decorreu no sábado de 21 de junho de 1947. Para a história, fica a notícia do jornal “Notícias da Figueira” (de 28 de junho de 1947) com o título = A inauguração do ‘stand’ de diversões da Sociedade de Diversões e Propaganda da Figueira da Foz: 
“-Sábado passado foi inaugurado o Centro de Diversões da Sociedade de Divertimentos e Propaganda da Figueira da Foz, na Rua Cândido dos Reis. 
Foi, pode dizer-se, um acontecimento local. A magnífica obra traz aquele ponto do Bairro Novo uma rajada sugestiva de beleza e côr, e constitue apreciável distracção para miúdos e graúdos durante o Verão. Vai ser mesmo, crêmo-lo bem, uma derivante do corso movimentado da rua dos Casinos. 
De um lado, funciona uma pista de automóveis eléctricos, do outro um carroussel. 
Os veículos, importados de Inglaterra, são a última palavra. Nas demais instalações. No bar, esplanada, etc, transparece o cunho de novidade e encanto de colorido que orientaram toda a obra. 
No acto inaugural viam-se o elemento oficial e grande número de convidados. Cortou a fita simbólica de acesso ao edifício, o Presidente do Município sr. dr. Álvaro Malafaia. 
Arnaldo Sobral, que pôs a ideia em marcha, a ela se consagrando de alma e coração, agradeceu a presença de todos, particularmente aqueles que lhe prestaram colaboração. Teve referências especiais à Imprensa. 
Em seguida, foi oferecido um Porto de honra aos convidados, falando António Augusto Esteves pelos jornalistas presentes. O serviço, magnífico, recomenda a firma Guimarães e Saraiva concessionária do bar. 
Felicitando a Sociedade de Divertimentos e Propaganda felicitamos a Figueira. Acaba ela de ser dotada com um estabelecimento, único no género em praias nacionais, à altura das suas responsabilidades turísticas e da sua categoria de cidade. 
E tudo isto devido ao bairrismo de Arnaldo Sobral e à colaboração material de um grupo de dedicados figueirenses. "

As importantes instalações eléctricas do Centro de Diversões foram executadas sob a proficiente direcção do nosso amigo sr. Henrique Rodrigues, proprietário da oficina de reparações eléctricas mecânicas, sita na Avenida Saraiva de Carvalho desta cidade.” 
(Fontes consultadas: Sala Figueirense do Museu Municipal Santos Rocha / jornal Notícias da Figueira de 1947) 
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Classificado na Direção-Geral do Património Cultural como Edifício de Interesse Municipal - Edital n.º 229 de 9-10-2003 da CM da Figueira da Foz – com o seguinte enunciado: 
“Centro de Diversõeas da Figueira da Foz 
Categoria / TipologiaArquitectura Civil / Centro Recreativo” 
Nota Histórico-Artística: Edifício filiado nos movimentos arquitectónicos da primeira metade do século XX, o "Centro de Diversões", localizado no centro de São Julião da Figueira da Foz, foi, durante largas décadas, o centro recreativo, por excelência, da zona. 
Trata-se de um edifício desenvolvido num único e amplo registo de planta rectangular, com a particularidade de possuir entrada principal em semi-círculo, dividindo as duas alas laterais com grandes óculos e amplas aberturas rectangulares rasgados nos alçados voltados para o pátio de acesso ao interior. Pátio este definido por muro de alvenaria, guardas de ferro e ritmado por candeeiros, ostentando grande portal em arco ligeiramente quebrado.”

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